O que são ultrabooks?


A onda é criar novas categorias de eletrônicos: um telefone rodando Android ou iOS não é um celular, é um smartphone, um equipamento que imprime, escaneia e copia já deixou de ser uma impressora para ser uma multifuncional e um computador portátil com tela de 11 polegadas e tamanho reduzido não é um notebook, é um netbook.
Às vezes, os próprios criadores dos dispositivos não fazem idéia que o produto virá a ser o precursor de uma nova categoria, pois ele se torna ícone quando mais tarde inicia uma tendência, vários concorrentes começam a criar produtos semelhantes, usar as mesmas balelas de marketing, comparativas e por aí vai…

O precursor

Um grande exemplo desta inovação é o Macbook Air da Apple. Para quem não conhece, é um notebook feito para ser portátil ao extremo, pois é finíssimo, muito leve e conta com uma autonomia de bateria que muitos notebooks com 4 vezes mais tamanho e peso ainda não apresentam (este último dado vem de leituras e comparações de sites especializados, longe de ser um comentário de macboy).
Por anos rivais tentaram fazer equipamentos mais finos e com medidas totais menores. Demorou um pouco, mas a Dell, a HP e a Sony conseguiram, contudo, o desempenho deixava a desejar e, mais uma vez, a bateria da Maçã continuou soberana. O marketing também sofreu uma mudança, tendo que parar de veiculá-lo como o mais fino do mundo.

Macbook Air








Imagem de divulgação do Apple Macbook Air


O Air se tornou um desejo de consumo rapidamente, apesar do preço e da ausência de funções básicas (internet cabeada, drive de CD e DVD e bateria removível), o design e a autonomia chamaram muito a atenção, ofuscando um pouco o alto valor (a partir de 999 dólares), deixando muitas perguntas do tipo: para quê comprar um Mac desse se eu posso montar 2 computadores de ponta e ainda sobra um pouco destas 999 verdinhas?
Para quem gosta de novidades e produtos populares não importa se ele é potente ou não, se compensa comprar este ou um concorrente mais em conta, o que importa e ter aquilo e agora, principalmente para os entusiastas e fãs de alguma empresa! Acontece com o iPhone e também com o note da Apple, que vem contabilizando boas vendas e segue com alta demanda.

A nova categoria

Com a canibalização do mercado de portáteis ocasionada pelos tablets e smarphones, as grandes montadoras e fabricantes de hardware estão buscando novas formas de atrair compradores, então, eis que a Intel faz algumas ligações e convida os primeiros adeptos para produção em massa de notebooks finos e leves, à lá Macbook Air, com um fundo de investimento inicial de 300 milhões de dólares.
Para ser um ultrabook, segundo a Intel, o portátil tem que ter preço até 1.000 dólares (modelos mais básicos), armazenamento SSD (se desejar a Intel fornece), menos de 1,4kg, até 20mm de espessura, bateria de no mínimo 5 horas de duração, nada de drive de disco e lógico usar os processadores Intel CULV, que são o hardware de baixo consumo de energia e aquecimento da empresa.
Aposta da ASUS para concorrer com o Macbook Air
Tudo acertado, só faltava mostrar a “grande sacada” em um evento de tecnologia e, claro, registrar uma marca para garantir que eles não sejam copiados sem levar alguma coisa em troca e sacramentar a iniciativa. Lugar escolhido: a feira Computex do ano de 2011 e a marca registrada de todas as formas possíveis:ultrabook.
Todos pareciam mesmo empolgados com a idéia nos primeiros pronunciamentos, cada empresa tinha seus planos para o primeiro ultrabook a despontar no mercado e promessas mil rolavam por parte dos CEOs, releases, porta vozes e etc, mas parece que as coisas não estão indo tão bem assim seis meses depois da feira coreana.

Insegurança no segmento

Apesar do apoio da Intel, os fabricantes seguem inseguros em relação a este mercado e, para infelicidade da gigante dos processadores, estão encomendando uma quantidade digamos que reduzida de componente. A justificativa seria o alto poder dos componentes sugeridos e o grande problema para contornar o alto aquecimento deles, além da dificuldade de criar carcaças realmente finas como o esperado.
Tudo está pronto para soltar os dispositivos a tempo do natal, mas não há certeza se a demanda vai ser grande, se o consumidor vai realmente preferir pagar mais caro por algo que não parece tão vantajoso ou se o Macbook Air vai aumentar mais ainda suas vendas, então, resta esperar os relatórios de venda que costumam sair em janeiro e fevereiro.

Vai ou não vai?

Quanto mais a oferta de internet móvel aumenta, mais o interesse e a busca por aparelhos fáceis de carregar sobe, os tablets estão na ponta desta tendência, mas ainda há muita gente que prefere um sistema operacional mais familiar como o Windows, por exemplo, então uma boa estratégia no mercado de ultrabooks talvez consiga emplacá-los.
Com tanta turbulência em relação ao assunto, promessas mil para os primeiros modelos que vão chegar até o final do ano, é difícil dizer se vamos realmente ter uma tendência duradoura e que vai marcar os negócios de computador ou vai acontecer o que aconteceu com os netbooks, dispositivos interessantes, mas com benefício pequeno, que acabaram não alcançando os bons e velhos notebooks.


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