Tecnicamente falando, ambos são computadores portáteis. Essa diferenciação foi criada pela necessidade do mercado em criar um nome para descrever um novo tipo de portátil menor, mais simples, de menor custo e que não tinha muito a ver com os portáteis que existiam na época.
Para quem não se lembra, o primeiro netbook surgiu em 2007, como uma versão de consumo do Classmate PC da Intel, voltado especificamente para iniciativas de educação e inclusão digital.
Equipado com uma telinha de 7 polegadas de 800 x 480 pixels (a mesma usada em players de DVD portáteis), processador Celeron de 630 MHz, 512 KB de SDRAM, 4 GB de disco de memória flash e SO Linux Xandros pré-instalado, ele parecia mais um brinquedo de criança do que um notebook propriamente dito. Em especial se levarmos em consideração que muita gente achava (e ainda acha) que um portátil decente tem que rodar Windows e vir com leitor de CD/DVD embutido.
Apesar disto, esse “brinquedo” vendeu que nem água — surpreendendo até mesmo o fabricante, mostrando assim que existia uma grande demanda reprimida para um portátil simples e barato (seu preço inicial era de US$ 199), capaz de executar tarefas simples do dia a dia. Além de consumir conteúdo da Internet — daí o nomeNetbook — um trocadilho de network (= rede de comunicação) com notebook . Seu baixo custo de aquisição também permitiu que muitos novos usuários pudessem adquirir seu primeiro portátil, em especial nos chamados mercados emergentes.
Interessante ressaltar que aqui, no Brasil, a Positivo Informática foi a pioneira nesse mercado ao introduzir o primeiro netbook nacional — o Positivo Mobo com tela de 7 polegadas — em maio de 2008.
Sob um certo ponto de vista, a história dos netbooks lembra um pouco a chegada dos carros populares (com motor 1.0) no Brasil. Passado o “oba-oba” inicial, alguns consumidores começaram a questionar algumas características desses pequenos portáteis, como o tamanho da tela e do teclado, assim como o seu desempenho. Essas reflexões podem ser algo desastroso (para o fabricante) em alguns mercados — em especial o americano, onde o cliente pode devolver um produto na loja em até 30 dias sem dar muitas explicações e ter seu dinheiro de volta e na hora.
Isso fez com que os fabricantes começassem a se mexer e incrementar significativamente o conceito original, adicionando telas e teclados maiores e mais confortáveis, incluindo mais memória RAM e um disco rígido de verdade. Isso sem falar na criação de um processador específico para esse tipo de produto — o Intel Atom — e a possibilidade de rodar Windows. O mais impressionante: já houve até um modelo equipado com gravador de DVD.
O problema desses modelos muito avançados é que eles começaram a perder o foco do seu público alvo (algo como um carro popular completo, com motor 1.0 turbo de 16 válvulas) o que fez com que seu preço começasse a encostar (e até mesmo superar alguns) notebooks de entrada, mais capazes em termos de recursos e desempenho, criando assim uma área meio nebulosa onde realmente é difícil dizer o que é net e o que é notebook. E o pior: o que mais vale a pena comprar?
Para colocar a casa em ordem, podemos dizer que um netbook padrão nos dias de hoje é aquele equipado com uma tela de 10,1 polegadas, 1 a 2 GB de SDRAM, 160 a 250 GB de disco, Wi-Fi e Window XP ou 7 pré-instalado e seu preço gira em torno de R$ 1.000 a R$ 1.500.
No geral, trata-se de um equipamento mais voltado para aqueles que precisam de algo simples e prático para preencher documentos, trocar mensagens, navegar na Internet e que possa ser transportado com facilidade. Um bom exemplo é o Positivo Mobo 3060:
Já um bom exemplo de notebook padrão é o Positivo Premium, equipado com uma tela de 14,1 polegadas, 4 GB de SDRAM, disco rígido de 500 GB e gravador de DVD. Seu processador é um Pentium Dual Core T4400 de 2,2 GHz, mais adequado para uso geral, tratamento de mídia e outras tarefas que demandem maior capacidade de processamento.
Devido a grande oferta do mercado, não é raro encontar promoções de notebooks com Linux por até menos que R$ 1.500. Apesar de que um preço mais dentro da realidade para um modelo mainstream com Windows esteja na faixa dos R$ 2.000, ou até mais para os modelos mais sofisticados.
E o que esperar do futuro? Já existem propostas de uma nova categoria de portátil ainda menor e mais simples que um netbook, mas que incorpora características e funcionalidades mais próximas de um smartphone. Isso quer dizer: processador RISC, comunicação 3G via operadora de Celular, longíssima autonomia de bateria e um sistema operacional que não precisa ser baseado no Windows.
De fato, eles até já arrumaram um nome bonitinho para ele: Smartbook.
E será que esse conceito pega? Como nos netbooks essa decisão estará nas mãos de quem realmente interessa: o consumidor.
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