Guia de Compras: como escolher a placa mãe certa para você
Um dos componentes mais importantes do seu computador precisa de atenção na hora de ser escolhido. O Baixaki dá as dicas para você não errar.
- ste artigo é para pessoas que não gostam de comprar computadores prontos, sem saberem o que tem dentro do gabinete. Se você não se contenta com o que é oferecido nas lojas, se quer personalizar sua própria configuração, se tem medo de ser enganado por técnicos charlatões, ou se simplesmente tem curiosidade a respeito das peculiaridades que se deve levar em conta na hora de comprar uma placa mãe, leia até o final e se torne um craque, para nunca mais levar para casa um equipamento que não suprirá suas necessidades.
Comprar computador pode dar uma grande dor de cabeça se você resolver escolher a dedo as peças da máquina. Mas alguns usuários simplesmente não se conformam em ir até a loja e comprar o pacotão pronto, quando poderiam escolher as peças e muitas vezes pagar mais barato por uma máquina melhor. Antes de escolher a placa mãe do seu futuro PC, você deve ter em mente algumas informações cruciais para não ter problemas no futuro.
Principais tipos
A primeira informação a ser mencionada é a respeito dos tipos diferentes de placas mãe. Eles são essencialmente três: placas básicas; placas com melhor relação custo/benefício (ou intermediárias); e placas de alto desempenho (ou high-end). Veja abaixo uma breve descrição de cada um desses tipos.
Placas básicas são destinadas a usuários domésticos ou corporativos que não tenham hábitos que exijam muito da máquina, como navegar na internet, produzir documentos e fazer trabalhos no Office, ouvir músicas no Winamp ou Windows Media Player, fazer downloads, etc., e principalmente, para quem não estiver disposto a gastar muito (é possível montar um PC básico com mil reais).
Já as intermediárias são boas para pessoas que querem um pouco mais de desempenho. Elas são capazes de executar tarefas mais complexas, como jogos atuais, vídeos em alta resolução, filmes, etc. — lembrando que você poderá rodar os jogos mais atuais, mas não nas melhores configurações de resolução e qualidade de imagem. A maioria dos computadores presentes em casas e escritórios se enquadra nessa categoria. Para montar uma máquina assim, o preço começa em 1500 reais.
Se você não aguenta ficar sem jogar Crysis, Bioshock ou outros jogos que exigem potência extrema da máquina, mesmo em resoluções menores, seu destino é desembolsar vários milhares de reais para montar uma máquina que dê conta do recado e uma placa mãe que faça bonito sem tremer na base. Com 2500 reais você começa um PC assim.
Seja quase um vidente
Não há como escolher a placa mãe sem saber antes o que você ligará nela. Processador, placa de vídeo e memória RAM fazem parte da tríade de equipamentos que devem ser escolhidos antes da placa mãe. Só assim você garantirá que não comprará produtos incompatíveis, criando um problema e a necessidade de trocar componentes e gastar mais dinheiro.
Processador
O processador é o cérebro do PC e, portanto, você deve escolher a placa mãe principalmente com base no tipo de processador desejado. O componente é fabricado em diversos modelos, que proporcionam desde pequenas variações até mudanças drásticas de desempenho. A maioria das placas mãe é feita especificamente para certos tipos de processador e, por isso, você deve escolher o processador antes.
As marcas que dominam o mercado são a Intel e a AMD. Para computadores básicos. A VIA, com seus processadores C7 é uma ótima opção para usuários que quiserem economizar. A polêmica entre Intel e AMD é grande no que diz respeito ao desempenho dos processadores de ambas as marcas. O ideal é que, se não tiver preferência por uma das duas, você pesquise para conhecer melhor o que cada uma oferece.
Em geral, os sites dos fabricantes dão descrições que ajudam, como “este processador é bom para os gamers” ou “compre o modelo X se o seu desejo é entrar na internet com velocidade”. Antes de fazer a compra, o ideal é ouvir a opinião de pessoas que realmente entendam do assunto e tentem ser imparciais. Se mesmo assim a dúvida persistir, pergunte ao seu bolso, pois ele costuma saber o que é melhor para você.
Decidido qual processador você deseja, procure placas com base nas informações de velocidade de clock (em GHz) e tipo de conexão do processador com a placa mãe (LGA775, Socket 754, etc.). As placas atuais costumam mencionar o nome dos processadores suportados, bem como velocidade, conector e os diferentes modelos.
Memória
Atualmente, estamos em um processo de migração das memórias do padrão DDR2 para o DDR3. Porém, as memórias DDR3 ainda estão com preços altos se comparados às DDR2, não compensando a migração, dependendo de quanto você quer gastar. Assim, se quiser uma máquina compatível com futuro padrão, procure uma placa mãe que possua suporte a ambos os tipos. Isso vale para qualquer uma das categorias de usuário a que você se considerar pertencente.
A quantidade de memória suportada pela placa também é importante. Hoje, as versões do Windows mais usadas não reconhecem mais de 3GB de memória RAM, exceto em edições de 64 bits do sistema, que reconhecem mais. Porém, a quantidade de softwares e equipamentos compatíveis com a tecnologia 64 bits ainda é surpreendentemente pequena. Por isso, se você não quer gastar à toa, prefira limitar o tamanho da sua memória a 3GB. Quando os problemas de compatibilidade forem resolvidos, aí sim você pode comprar memória RAM à vontade.
Na hora de comprar a placa mãe, verifique quantos espaços ela tem disponíveis para cada um dos padrões de memória. Quanto maior a quantidade de slots, mais memória você poderá colocar. A presença de “dual channel” também é um diferencial, pois permite uma maior sincronia entre as memórias, resultando em melhor desempenho. Outro detalhe é verificar a frequência de trabalho das memórias em relação à suportada pela placa. Elas devem ser compatíveis, senão sua memória trabalhará em uma velocidade menor do que a nominal, ou simplesmente não funcionará.
Placa de vídeo
Se você pretende montar uma máquina básica, ignore esta parte do artigo, pois a placa mãe feita para você já possui um chip “onboard” que se encarregará de produzir os gráficos na tela do seu monitor. Por outro lado, se sua intenção é ter um PC intermediário ou high-end, sua melhor opção é comprar uma placa de vídeo offboard para liberar o seu processador das tarefas mais pesadas de processamento gráfico.
As placas de vídeo variam muito tanto em tecnologia quanto em preço. Vale a mesma dica que mencionamos para os processadores: pesquise muito para encontrar a que se adapta àquilo que você pretende realizar com a máquina. Existem milhares de modelos diferentes, todos com uma capacidade imensa de deixar a tela do seu monitor com imagens melhores, seja para executar aplicações gráficas ou jogos. O YouTube é uma boa opção de pesquisa, bastando que você digite o nome do modelo da placa desejada para assistir a vídeos de serviços que testam e demonstram o desempenho dos dispositivos.
O mais importante a considerar em termos de compatibilidade com placa mãe é o tipo de conexão disponível para a placa de vídeo. A maioria das placas mãe disponíveis hoje já vem com o slot PCI-express 2.0 (ou PCI-e 2.0). Antes de decidir por uma placa mãe, verifique se ela possui o slot compatível com a placa de vídeo que você deseja comprar.
Outro detalhe, que é importante principalmente para os jogadores viciados, é a capacidade da placa mãe de ter mais de uma placa de vídeo ligada ao mesmo tempo, o que melhora absurdamente o seu desempenho de vídeo. Algumas placas têm capacidades absurdamente grandes, como até seis placas de vídeo ligadas ao mesmo tempo.
Detalhes que podem ajudar na escolha
Existem muitas placas mãe que possuem sufixos em seus nomes. Esse tipo de equipamento costuma ter preços menores, que acabam refletindo em seu desempenho final. Quando for consultar o nome do modelo, verifique se há sufixos como “-v”, “-vm”, “-mx” ou outros. Tais sufixos vêm sempre após um hífen e querem dizer justamente “eu sou uma placa mãe ‘básica’, para usuários que não precisam de muita performance” e não querem gastar muito.
Por outro lado, placas sem nenhum sufixo costumam ter desempenho intermediário. Além disso, a capacidade delas é muito superior às placas do parágrafo anterior. Para o usuário que deseja assistir a filmes, executar programas e jogos mais leves, vale mais a pena comprar uma placa intermediária para que o desempenho não esbarre nos limites de capacidade do equipamento.
Para usuários entusiastas, existem as chamadas placas “high-end”, que possuem componentes de alto padrão e desempenho, que proporcionarão desempenho estrondoso se comparado ao das demais categorias. Se você encontrar placas com sufixos como “Deluxe”, “Extreme” ou outros adjetivos exagerados, prepare-se para desembolsar muito dinheiro, pois placas assim têm o preço proporcional aos recursos que oferecem.
IMPORTANTE: a ausência de sufixos não quer dizer que a placa é melhor ou pior e, portanto, você deve verificar suas especificações. Porém, placas com sufixos como os citados sempre terão o desempenho de acordo com o tipo de sufixo. O tipo de marcação dependerá de cada fabricante. Empresas que possuem vários tipos, para diversas categorias de utilização, podem utilizar os sufixos para diferenciar cada modelo.
Exemplos de Placas mãe
Não poderíamos terminar este artigo sem antes mostrar do que estamos falando. Por isso, daremos várias dicas de placas que estão no mercado, para ilustrar tudo o que comentamos acima. Novamente, dividimos os tipos de equipamentos em categorias para facilitar a sua escolha (preços pesquisados no BuscaPé). Lembramos que estes são somente alguns exemplos, apresentados para que você tenha uma ideia aproximada do que há disponível no mercado e quanto pagará.
Monte o seu
Agora é a sua vez. Partindo das informações que você leu, convidamos você a montar a configuração dos seus sonhos. Fique à vontade para sugerir peças para computadores de todas as categorias, desde o mais simples até aquele que envolverá a sala do computador em um furacão de desempenho.
Fonte:Baixaki
Por Oliver Hautsch
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