Saiba o que fazer com o lixo tecnológico


O que fazer com o telefone celular antigo depois de comprar um novo? E com o computador, que será substituído por um modelo mais potente? Perguntas assim se tornam comuns na rotina dos consumidores, enquanto montanhas de lixo eletrônico se avolumam no planeta, contendo poluentes que ameaçam os solos, a água e a saúde da população.


No mundo, são descartados por ano cerca de 50 milhões de toneladas de lixo tecnológico e menos de 10% desse volume é reciclado. Esse material aumenta três vezes mais rápido que o lixo comum e a previsão é triplicar nos próximos cinco anos.



São computadores e celulares obsoletos, impressoras, câmeras fotográficas, pilhas, baterias, cartuchos de impressora vazios e também aparelhos de vídeo, CDs e DVDs, sem falar nas TV e outros eletrodomésticos. Uma parte é aproveitada pelo mercado de segunda mão. Mas uma parcela maior acaba nos aterros sanitários com o lixo das residências.



O problema é que esses equipamentos, além de serem feitos de plásticos, vidros e metais que demoram séculos para se decompor na natureza, contêm substâncias perigosas, como mercúrio, cádmio, chumbo, zinco e manganês, capazes de penetrar no solo e contaminar a água, além de emitir gases que agravam o efeito estufa. Os números são impressionantes.



A ONU lançou neste ano um alerta mundial para a reciclagem do chamado "e-lixo". Dezenas de países, principalmente europeus, aprovaram normas que obrigam o seu reaproveitamento, responsabilizando os fabricantes pelo destino final dos equipamentos fora de uso.



No Brasil, até o momento, a única norma existente é a Resolução 257 do Conama, que aborda apenas a questão das pilhas e baterias. No Congresso Nacional tramita o projeto de lei 2061, de 2007, sobre o lixo eletrônico de uma maneira geral, além da legislação que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em debate desde 1991.



Emergentes importam sucata



Submetidos ao controle social e às leis de cada país, os fabricantes de produtos eletrônicos desenvolvem programas com o objetivo de diminuir o problema causado pelos aparelhos descartados. O entrave maior, porém, recai nos intermediários, que revendem a sucata para países em desenvolvimento, onde as leis de proteção ambiental não existem ou não são respeitadas.



Cerca de 70% de todos os equipamentos fora de uso do planeta são exportados para a Ásia e para as nações africanas mais pobres. A China, o Paquistão e a Índia, por exemplo, recebem por mês cerca de 500 contêineres (cada um com capacidade média de 800 computadores) desse material. Em sua maioria são equipamentos não reutilizáveis que passam por processos de banhos ácidos e desmontagem para a retirada de soldas.



Fios e outros componentes são queimados para recuperar cobre, espalhando gases ácidos no ar e substâncias químicas nos rios. Placas de computadores são levadas para os fornos com o objetivo de extrair ouro e outros metais. Em depósitos sem nenhum padrão ambiental, trabalhadores quebram tubos de imagem para reaproveitar vidros e partes eletrônicas. Os países mais desenvolvidos contribuem para o problema ao exportar esses produtos, em vez de reciclá-los.




Ritimo dos resíduos high tech, segundo a ONU:



» 5% é o aumento anual do volume de lixo tecnológico descartado no planeta
» 18% é o crescimento da reciclagem desses resíduos no mundo por ano
» 75% do lixo recebido pelos recicladores vem de fabricantes e grandes empresas
» 2,6 kg por ano é quanto um brasileiro gera em média de resíduo eletrônico



Potencial da reciclagem, segundo Abinee e Akatu



» 10 milhões é o número de PCs em funcionamento no Brasil
» 211% foi o crescimento das vendas de notebooks entre 2006 e 2007
» 94% dos componentes dos computadores são recicláveis
» 30 elementos químicos da Tabela Periódica existem nesses equipamentos
» 2% de todas as emissões de CO2 na atmosfera provêm da produção e utilização de computadores




Eles se interessam pelo seu equipamento usado




Comitê para a Democratização da Informática (CDI) - Usa computadores doados em programas de inclusão digital. As máquinas devem ter processador Pentium III ou superior, HD de 2 GB no mínimo e memória RAM de 64 MB ou mais. No-break, scanners, teclados, caixas de som, impressoras, modems e mouses são recebidos somente em bom estado. (21) 2201-7770 - (www.cdi.org.br)





Museu do Computador - Recebe computadores e seus componentes, impressoras, videogames, disquetes, softwares antigos, máquinas de calcular e outros eletroeletrônicos para compor o acervo e usar a sucata em oficinas de arte. (11) 5521-3655 - (www.museudocomputador.com.br).





Casas André Luiz - Funciona em São Paulo. Aceita qualquer eletroeletrônico, esteja ou não funcionando, e recolhe gratuitamente em domicílio no prazo de 48 horas após a solicitação. 0800-773-4066. - (www.andreluiz.org.br).





Dell - O fabricante de computadores mantém dois programas: um de inclusão digital, que recebe micros usados e doa para centros comunitários (www.pensamentodigital.org.br) e outro que recebe PCs antigos da marca (www.dell.com.br).



HP - Coleta computadores usados da marca HP por meio de sua rede de distribuidores e revendas. Dos clientes corporativos, recebe cartuchos de toner de impressoras a laser para reciclagem.4004-7751, para a Grande São Paulo - 0800 709-7751, demais localidades ou pelo e-mail takeback.brazil@hp.com.





Canon - Mantém programa de reaproveitamento de impressoras com coleta na rede de assistência técnica (www.canon.com.br).



Kodak - Recicla câmeras fotográficas descartáveis (www.kodak.com.br).



Vivo - Recolhe aparelhos e baterias de qualquer modelo ou operadora em 3,4 mil pontos no país.





Claro - Mantém urnas coletoras em todas as lojas próprias e nos agentes autorizados.





TIM - Instalou coletores nas lojas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, com previsão de alcançar todo o país até o fim de 2008. Além de pilhas, as lojas e as revendas da operadora recebem baterias, celulares obsoletos e seus acessórios.





Drogaria São Paulo - Recebe pilhas e baterias nas 200 lojas da rede com logística para transportar o material até uma empresa recicladora para reaproveitamento das substâncias químicas.





HP - Recolhe baterias de notebooks, calculadoras e câmeras digitais e outros produtos da marca HP. A coleta deve ser solicitada no site www.hp.com.br/baterias. No prazo de sete dias úteis, a empresa envia por correio um envelope pré-pago para a remessa dos produtos. As baterias também podem ser entregues na rede de assistência técnica





Banco Real - Em todas as agências do país recebe pilhas, celulares e outros dispositivos nos coletores "Papa-Pilhas".



Faça sua parte. O crescimento da tecnologia gera desenvolvimento e crescimento, mas em contra partida gera alguns problemas. Se manter atualizado é importante, mas mais importante ainda é se manter vivo e saudável. As atitudes de hoje farão diferença amanha.



Para saber mais sobre esse assunto e o que fazer para colaborar acesse:


O que fazer com computadores velhos.

Recicle os eletrodomésticos.

Dê nova vida aos celulares.

Lixoeletrônico.org

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