Monte a sua própria rede doméstica


Entre no século XXI e descubra o verdadeiro potencial que os PCs têm dentro de casa

   

As redes informáticas sempre foram vistas como uma matéria que requer um conhecimento avançado em artes do oculto, como feitiçaria, alquimia e outras similares. Agora, graças ao interface intuitivo do Windows XP e ao aumento da largura de banda, as redes domésticas estão finalmente a ser abordadas como um tema normal, a que qualquer leitor se pode dedicar para perceber exactamente quais os reais benefícios que pode tirar dos computadores que tem em casa.

A largura de banda de que usufruímos hoje, mesmo que com preços elevados como acontece em Portugal, faz com que os dois ou mais PCs que o leitor tem em sua casa possam aceder à Internet em simultâneo. E quem fala dos seus desktops refere-se, evidentemente, também aos computadores portáteis, aos tablet PCs, aos PDAs e às consolas de videojogos.

Na verdade, afirmar que houve um rápido desenvolvimento das redes domésticas é dizer pouco. Tudo começou em 1962, quando um cientista de nome Kleinrockat, funcionário do Instituto de Tecnologia de Michigan, escreveu um ensaio intitulado «Information Flow in Large Communication Nets». Nele, propunha que, numa transferência de dados, a informação não flui de um ponto para o outro como lhe é indicado, mas consegue, por si mesma, descobrir a forma mais rápida de lá chegar. Foi um enorme avanço na altura e baseou-se em dezenas de teorias matemáticas que ainda hoje estão em vigor. A Internet não seria hoje o que é sem o envio de pacotes, que se baseia no princípio que acabámos de explicar. Para provar esta teoria, experimente enviar um e-mail para o mesmo endereço uma dúzia de vezes e verá que ele seguirá diferentes rotas até ao seu destino.

Nascimento da Ethernet
Em 1973, Bob Metcalfe revelou a sua visão de redes informáticas com a sua tese de doutoramento em Harvard. Chamou-lhe «Ethernet» e, desde então, o mundo da informática nunca mais foi o mesmo. Metcalfe desenhou não só os protocolos que ditavam a forma como os dados eram enviados, mas também desenhou os cabos e os interfaces.

Apesar de a tecnologia Ethernet ter evoluído bastante desde então, os seus fundamentos continuam a basear-se nos princípios propostos pela tese de Metcalfe. Esta descrevia uma rede baseada na existência de um cabo a que todos os computadores da rede se podem ligar. Uma vez ligados a este cabo ou a um nó (como um PC ou outro aparelho), todos os PCs podem comunicar entre si. Uma das principais vantagens do standard Ethernet tinha que ver com o facto de ser possível incorporar mais nós sem ter de alterar os já existentes.

Do escritório para sua casa
As redes Ethernet existem hoje nos escritórios de todo o Mundo. Na verdade, os mais recentes desenvolvimentos permitem que estas redes se estendam por vários quilómetros e, mesmo assim, possam usar velocidades de transferência elevadíssimas. Mas também são populares nas casas dos utilizadores de informática, dado o preço acessível dos seus componentes e a relativa simplicidade com que podem ser configuradas.

Só agora a Ethernet está a ser substituída pelas redes sem fios, que têm a grande vantagem de, como a própria designação indica, não recorrerem a cabos para as ligações. Assim, se o leitor está a pensar criar uma rede doméstica por onde deve começar? Antes de tudo, deve ler este artigo atentamente. Levamo-lo aqui pelo mundo das redes e desmistificamos a tecnologia para que todos os utilizadores possam realmente perceber as vantagens de uma rede doméstica.

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